terça-feira, 14 de agosto de 2012

Te espero nos trilhos

Vou esperar o tempo que tiver

Sozinha entre os trilhos pensava comigo
O que acontece se o trem vier?
Sentei nas tábuas sorrindo
Tenho o tempo que tiver


Passei os dedos no metal gelado
Trilhos cor de café
Quase chorei olhando pro lado
Vai voltar, tenho fé


Me equilibrava em um trilho
Você no outro
As mãos dadas, te digo
Imagino seu gosto


Um dia ali trilhamos
Alguma aventura
Agora os afastamos
Com olhares de ternura


Eram retas paralelas
Que no infinito se encontravam
Amigos por tabelas
Que um dia se amaram


Colei o rosto no metal enferrujado
Lágrimas rolaram quentes
De saudades do passado
Que embaçava minhas lentes


Sorri um sorriso torto
Lembrando do que fomos
Sabia que estava morto
Mas vive nos meus sonhos


Trilhamos um curto romance
Uma crônica ou conto
Nos trilhos o último lance
Antes do temido ponto


Prefiro lembrar de tudo
Em um poema de trilhos
Lembrar do dia confuso
Em que matou meus risos


Mas lembro principalmente
Dos conselhos valiosos
Sei que neles não mente
Com olhos lacrimosos


Continuo sentada entre os trilhos
Continuo sonhando contigo
Pensando em pontos e brilhos
Te esperando voltar, amigo



2 comentários:

  1. Respostas
    1. De nada, escrever é um verdadeiro prazer, uma paixão incontrolável, é quase como respirar =] seja bem vindo! Fique a vontade!

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