quarta-feira, 26 de junho de 2013

Fim de turnê


Chega
Acabou
Fechem as cortinas
É tarde
Estou cansada
Dormirei nas coxias

O espetáculo
Que fracasso
Tinha potencial
Choro frio
Calado
Tragicamente real

Vão embora
Não há nada
Aqui para aplaudir
É que agora
Tão sem graça
Só me resta dormir


quarta-feira, 19 de junho de 2013

Ocupação


Talvez não tenham causa, talvez lutem por todas, mas se me ocupa a alma, já é uma causa boa. Vida vazia, tão sem sentido, talvez apontem direção, pouco importa se dizem sim ou não. E o corpo sem forças marcha calado, enquanto grita revolução. Quem sabe a vida aproveita e me invade o pulmão? Tão nova, tão cedo e talvez tão tarde para salvação. E como fantasmas indgnados, compondo a multidão...talvez possamos assustar alguém, além da população. Sigo a corrente, arrastada, imitando outra geração. A vida segue acanhada, com medo da repressão... Talvez seja vazio, talvez tenham razão, mas se me ocupa a alma, não é lutar em vão.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Conselho


Vive !
E vive agora, que o agora passa...
e a juventude escorre, gelada, por entre os dedos que se enrugam.
E vive sem medo de amar... que medo mata aos pouquinhos e de repente.
E ame, ame muito, que quem ama não se arrepende.



segunda-feira, 10 de junho de 2013

manchas


As forças já não me amam mais, e deixam o corpo pálido se derreter na cadeira, com as pálpebras pesadas que não conseguem descansar. E até mesmo quem dormia em pé...não dorme mais. Onde foi parar aquela luz? posso tomar de volta? estou até aprendendo a lutar...só falta saber pelo que lutarei. No momento, deixo o cansaço levar os suspiros desolados dos olhos vermelhos escorridos. enquanto a escuridão mancha de nanquim alguma inocência besta.... que se escondia amedrontada no fundo do peito.


sábado, 8 de junho de 2013

Pena


 Morrer por uma causa
 Desconhecida
 Rebelde de alma
 Desiste da vida
 Se essa não vale a pena

 E que pena é essa?
 Que nem vi ainda

 Com tanta pressa
 Nessa rotina corrida

 A pena que me escapa
 Que não para na mão
 A pena fraca
 A pena do irmão
 Que muito pesa
 Em ombro alheio
 Pena espessa
 Do outro lado do espelho

 Mas que pena
 Morrer sem saber
 Se outros viram
 A brleza que vi e amei

terça-feira, 4 de junho de 2013

. . .


Era macio,
era azul,
era quente,
era,
na verdade,
morno.
E tão leve,
e tão intenso...
tão confuso,
tão gostoso.
Era? ou é?
perfume indecente que deixou de sentir.

domingo, 2 de junho de 2013

medo


Às vezes dá um friozinho na barriga, sabe? É que vi tão pouco do que há pra se ver...vivi tão pouco, quase nada sei, não guardo certezas e o caminho a frente é um completo desconhecido...
E até agora, por mais difícil que pareça ter sido, foi tudo tão fácil. E se na próxima curva não for assim? Essa mania de virar na vida acelerando, sem medo de me mandar pro outro lado do mundo sozinha...esse costume de pular de cabeça e sentir tudo...talvez acabe me machucando muito.
Mas até hoje não me arrependi. Chorei, chorei muito, mas só chorei porque sorri. Vivi genuinamente cada alegria que atravessou a minha estrada. Não se engane, se disse que te amo, amo mesmo.
Não sei porque, mas às vezes bate um medinho bobo, medo da solidão... mesmo em uma sala lotada, sinto um vazio corroendo o peito, em um buraco negro sem fundo.
Estou sozinha, mesmo que queira estar comigo. E sozinhos todos estamos.
No castanho escuro dos meus olhos se esconde uma tristeza vazia, uma alma chora sozinha e lá no fundo, na retina, a vida ainda brilha. Então, te contei, a escuridão não enfeita textos, mora comigo.
E por que tudo isso agora? não se assuste, é só saudade, de quem sempre viu a escuridão em mim, e a amou sem limites. Sinto falta de quem mais me amou, porque também amei.