segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Hoje não


Que preguiça, hoje não vai dar, aliás... nem hoje ... nem nunca mais. Eu cansei sabe? todo mundo cansa, é normal. Me disseram que era normal. Então, decidi que hoje não, hoje seria diferente. Hoje eu fiz tanta coisa, mas tanta coisa, que descansei. Ocupei essa cabecinha distraída e sonhadora com milhões de pequenas tarefas, desafios, vencidos ali mesmo, com uma única regra: pensar em uma tarefa de cada vez, aliás... duas regras: também não podia pensar naqueles assuntos proibidos (existe uma lista). Só lembrei dos tais assuntos agora, no fim do dia, e me senti tão realizada com cada pequena tarefa entregue, que eles nem me incomodaram tanto essa noite! Foi ótimo !!!!

nova meta: 1 tarefa de cada vez

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

A-gente

Dedico essa pequena reflexão, se é que se pode ou deve fazê-lo, ao Thiago, agente sonhador


Aquela gente que marcha calada, subindo e descendo o queixo, só pra concordar. 

A gente que vive fantasma, que segue o rumo sem questionar.

A gente que não é agente do próprio sonhar.

Gente medrosa, careta e covarde, que já vai tarde, sem tempo de amar.

Gente uniforme, sem graça, interesse, gente que esquece o cuidar.

Serei agente que segura o timão e vira o barco sem tombar.

Serei agente com sangue nas veias e coração a pulsar.

Escolho o caminho da tempestade, fugindo da gente covarde que só sabe falar.

Não tenha medo, e se me ama mesmo, pode me acompanhar ...


segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Distância - 6km - No meio do caminho...melancolia


"O melancólico não é louco" - conclusão curiosa estudada ontem, enquanto analisávamos o Direito Antigo Português (nunca vou me lembrar do nome do autor).

O melancólico, segundo o autor português, não está entre os loucos de todo gênero, não precisa de curador ou tutor, pode dispor de seus bens como bem entender. O reservado, o sensível, de olhos tristes e voz doce, não mereceu ali, no Direito, proteção contra si mesmo. Direito injusto? Talvez.

Ou talvez proteja o melancólico de algo muito mais perigoso que sua própria melancolia, afastando dele a piedade alheia, por vezes muito mais dolorosa que a própria tristeza.

Deixe que ele escolha seu caminho, gaste como desejar, derrame as lágrimas que julgar necessárias, e, com sorte, lindas palavras, que caem ao acaso diante dos olhos de outros melancólicos, para salvá-los.

Se tenho medo da melancolia? Não sei. Costumo abraçá-la com carinho, aninhá-la no colo e murmurar palavrinhas de afeto. Porém, tenho medo de que cresça demais, apague meus sonhos, cubra meus olhos de sombra e nunca me abandone. Tenho medo de que ela me defina. Mesmo assim, a aperto entre os meus braços enquanto marcho, determinada a tropeçar em alguém que veja nela beleza sem ter dó.

Venha, meu bem, há espaço para você também. Deixe que segure a sua mão, passe meus dedos pelos seus cabelos, sussurre uma palavrinha de amor, que o ponha no colo, que o cubra de beijos, que divida com você a minha melancolia, que cuide um pouco da sua.

Não, meu bem, nós não somos loucos. Nem seremos melancólicos, apesar da nossa melancolia. Não teremos curadores e tutores, apenas um ao outro, se assim desejar.... 




Distância - 6km

Que distância pobre essa
Que a importância esqueceu
Enquanto via fotografias
Antigas, de quem se perdeu

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Distância - 5km

Que distância pobre essa
Que a importância esqueceu
Corri descalça no chão frio
Buscando braços, abraço teu



Olhos de caleidoscópio
Girando formas e cores
Escuto no estetoscópio
Batidas de dor e amores

Tenho intenções diversas
De alguns versos alheios
De desbravar outras terras
Sonhos e tiros certeiros

Giram cristais e miçangas
No delírio colorido
Escuto choros e sambas
Som fino e dolorido

domingo, 14 de outubro de 2012

Distância - 4km


Que distância pobre essa
Que a importância esqueceu
Cheguei tão mais depressa
Do que o tempo que calculei




Nunca achei que o caminho seria percorrido assim, em tão curto período
Nunca levei muito a sério minhas próprias preocupações
Nunca imaginei que me entristeceria tanto quando chegasse ao final
Nunca cheguei a admitir que não poderia controlar meu próprio coração
Nunca pensei que seria tão rápido
Nunca sonhei com tão triste fim
Nunca desejei mal assim a ninguém
Nunca esperei nada além
Nunca o esquecimento 
Nunca mais 
Nunca
Mas ...



sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Distância - 3km


Que distância pobre essa
Que a importância esqueceu
E não impediu remessa
A volta do que é teu



Volta, alegria dos meus dias
Sorriso dos meus lábios
Correndo de braços abertos
Para o abraço apertado

Sinto tanta saudade
Das nossas tardes de verão
Tranquilas e ensolaradas
Faziam bem ao coração

Sinto sua falta todos os dias
Até mesmo nos mais nublados
Sinto falta das gargalhadas
Beijos e cabelos molhados

Vejo em retratos, fotografias
Nossos rostinhos quase apagados
Os olhos brilhando de felicidade
Meninos sapecas, levados

Levado cedo demais...
Mas não se preocupe
Que a distância é pobre
E a importância esqueceu

Então nossos dias 
Serão eternos
Nos meus sonhos 
No breu

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Distância - 2km


Que distância pobre essa
Que a importância esqueceu
Nem levei malas pesadas
Fui leve, tão somente eu


100 textos no blog, sem dores no peito. Minto, por mais que as expulse ou ignore, é preciso que existam, pois o claro só o é porque existe o escuro, e a alegria em minha vida se torna ainda mais brilhante, se sei que dores se ofuscam. E conto com amigos tão especiais, que a luz dos nossos olhos é capaz de afugentar aquilo e aqueles que não nos querem bem. Amigos, verdadeira alegria dos meus dias.

sábado, 6 de outubro de 2012

Distância - 1km


Que distância pobre essa
Que a importância esqueceu
Não há no mundo promessa
Que supere o que sofreu



quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Dia ensolarado


Caminhei sorrindo rua acima, enquanto o Sol brilhava no céu e esquentava os meus cabelos, as pontas descoloridas balançavam atrás da minha mochila, acho que vou cortá-las. Passei direto pelo ponto de ônibus porque estava distraída, tive que voltar um quarteirão e subi na 'mercedes azul com motorista' dando bom dia, ainda que já fosse tarde. Desci na praça da savassi, como há muito não fazia, e andei pelas novas ruas fechadas, aproveitando o dia. Fui fazer uma visita, aproveitei para lanchar, experimentei um sapato em uma das lojinhas e a vida parecia voltar a caminhar. Como se um peso enorme tivesse sido jogado dos meus ombros no chão, e ficado naquela sessão, de alívio. Foi tão difícil guardar tudo aquilo, se eu soubesse que tudo ficaria mais fácil depois que colocasse algumas dores no ar, soltando as palavras que me ferviam a alma, se eu soubesse, ainda assim teria sido difícil dizer. As palavras saíram, e não foi como eu imaginei, contive as lágrimas, mantive a calma, fui falando, pausadamente, e as coisas pareceram fazer mais sentido. De repente meus problemas não eram tão irrelevantes, idiotas e bobos, também não eram impossíveis, insuperáveis, trágicos, dignos de pena, eram apenas problemas normais, desses que passam, sabe? Aí saí sorrindo, curtindo o Sol e a tarde, sem chorar.