quinta-feira, 10 de maio de 2012

Ela e eu, completamente maluca


"O que pensa estar fazendo?". Era ela de novo, a chata. Para que saber o que se passa em minha mente? Quem está pensando afinal sou eu.
"Só estou verificando novas possibilidades, outros rumos, novas histórias, direções nas quais o vento sopra." Que resposta foi essa? acho que perdi de vez a noção do perigo...respondê-la assim! Aguardei em silêncio sua reação.
"Vai cometer o maior erro da sua vida". Uau, realmente animador...não esperava nada menos vindo dela. Tá bom vai, talvez ainda tivesse guardada alguma esperança de apoio moral.
Mordi de leve o lábio inferior, daquele jeitinho que faço antes de chorar, mas não era boa ideia chorar, tinha de me defender. Engoli as lágrimas que já queriam aparecer, respirei fundo e continuei.
"O maior erro da minha vida pode ser não fazer o que quero agora, nunca se sabe quando poderá ser tarde demais." A cartada do sou jovem e devo aproveitar, boa jogada!
"Vai passar o resto da sua vida se arrependendo de ter colocado tudo a perder por causa de uma bobagem." Ok, aquilo já estava passando dos limites, de onde veio a certeza de que iria dar errado? Não ia deixar barato. E desde quando meus desejos, sonhos, anseios, curiosidades são bobagens?
"O risco é meu, quero assumi-lo mesmo que não dê certo, e ninguém tem certeza de que não vai dar certo."
"Ninguém ter certeza que vai dar certo também!"
Grande novidade, eu sabia muito bem que não haviam muitas certezas envolvidas, a única certeza da vida é mesmo a morte. 'O homem é o cadáver adiado', não é?
"Nunca saberei se daria certo se não tentar, vou sempre me perguntar se não deveria ter arriscado. Isso vai me matar antes de qualquer consequência da tentativa em si, me deixa ser feliz!"
"Então não leve ninguém com você, não assuma riscos por mais ninguém, não coloque ninguém na sua balança de perdas, não leve bagagem alguma, não iluda, não engane, não se espante se terminar só."
Agora as lágrimas quentes escorriam nas minhas bochechas e soluçava tão forte que poderia acordar a qualquer momento daquele pesadelo maluco. Minhas mãos tremiam, quem estava sendo arrastado comigo? quem? de quem ela estava falando? quem precisava proteger? Sozinha não, não quero ir sozinha. Chorava, descontrolada olhava para os lados e perguntava: "quem? quem?". Travesseiro encharcado e um só aviso, se vier comigo, assuma o risco.

2 comentários:

  1. Alice, estou aqui tirando o atraso (não tinha lido todos os posts), mas esse, não sei se é porque me identifiquei, mas é o meu preferido. Constante luta interna. Medos. O sim e o não. Razão grita, sentimentos retrucam. E assim seguimos, não podemos seguir sozinhos. Na verdade, podemos, mas não é preciso. =) Quem não se machuca, não se fortalece. Quem não erra, não sabe o verdadeiro valor do acerto. Quem não arrisca, não vive.

    Beijo!

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    1. Cada um viu "nela" um algo, um alguém, a razão, a moral, a sociedade de risco, até mamãe surgiu nessas hipóteses...Seja quem for só posso dizer que "ela" está perdendo, riscos estão sendo assumidos, sozinha talvez, acompanhada menos provável, agora que estão todos bem avisados, só embarca quem quer !

      Beijos !

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