domingo, 4 de novembro de 2012

Afogando


Existem coisas imperdoáveis?
Existem corações empedernidos?
O meu?
Mais apanha do que bate
Mas nunca deixou de bater

Há um detalhe importante
Como detalhes costumam ser
Entre a mágoa e o perdão
Se perdoamos quem não se arrepende
Não cessam as dores e mágoas
Nem contenho as lágrimas
Da mais pura decepção

Se ainda amo?
Amo com tanta força
Que choro de raiva
De ser tão boa moça
De tão frágil coração

Se esse amor é escolha?
Não sei, não creio
Não é coisa imposta
Mas não mais o anseio

Se ainda gosto?
Nunca gostei de apanhar
E para não ser covardia 
Nem tento revidar

É quase um canto
Em voz de sereia
Canta, chama e promete
Sonhos de delicadeza
E sei que se chego perto
A morte é certa
Por afogamento

Afogada em mágoas
Perdoo
Porque amar é assim
E esse coração mole
Apanha e sorri


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