quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

A confusão e a coerência

Devo começar dizendo que ambas me atraem, não que seja uma atração proposital em relação à primeira, pelo menos não sempre.

Tento ser alguém coerente, a palavra chave aqui é "tento".

Não consigo ficar longos períodos de tempo longe de confusão, é uma atração tão forte que se ela demora muito a aparecer, eu mesma lhe dou causa. É como se as minhas leves confusões do passado, que me levaram a tantas aventuras divertidas, me soprassem aos ouvidos: "Alice, está tudo tão bem , tão calmo, não acha que está na hora de nos resgatar?". Confusões desonestas, me sopram aos ouvidos promessas de leveza, mas quando as deixo entrar no meu caminho, quando as chamo, elas crescem e sopram furacões.

Por vezes o furacão me assusta tanto que o medo se transforma em fascínio e tenho dúvidas sobre querer mesmo sair dele. Não seria melhor mergulhar de cabeça? Abraçar a confusão? Fazer dela um novo estilo de vida? Os tombos e arranhões costumam me fazer mudar de ideia e querer fugir, buscar de novo a coerência e a estabilidade. Não sei se buscarei sempre voltar ao meu caminho...desvios podem ser mais interessantes que a estrada principal.

A coerência, por sua vez, é uma amiga fiel que nunca muda de ideia. Fica sentada no meu ombro, apontando sua falta ao meu redor, puxando várias vezes minha orelha por lhe esquecer, como doem esses puxões.

Porém, eu as amo. Mesmo com promessas falsas e arranhões, mesmo com puxões de orelha que se fazem sentir como facadas no peito, confusão e coerência são amores de Alice.

4 comentários:

  1. Furacões! "Alice" tornado (digo, tornada, rs) em Dorothy.

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  2. E como diria vovó e os que a repetimos: nenhum vento sopra a favor de quem não sabe pra onde ir!

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  3. Esses ventos andam soprando em todas as direções e com igual vigor, no momento fico parada, pairando no ar com forças opostas que se anulam...

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