E esse papel macio
Em que deslizo a ponta aflita
Acolhe melhor que muitos
Nos momentos de solidão
Porque estou só, acredite
Abandonada na multidão
E mesmo um único abraço
Parece inalcançável
Pois abraço frio é prisão
E não sei viver sem liberdade
Então viro as páginas
Ignorando a saudade
De um passado imaginado
Que na verdade
Nunca existiu
Não vê que queria que visse?
E a tristeza curasse enfim...
Mas como me cego querendo
Ignoro a cegueira inocente
E me tranco dentro de mim