quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Sopro por favor

Vigio as cortinas imóveis na madrugada ao som do bom rock n roll. Só. Estou bem, no meu quarto/casa...gosto desse espaço enorme onde os pensamentos correm no fundo musical escolhido...gosto do silêncio das minhas noites parisienses de sono tranquilo...gosto de me cuidar. Gosto, mas nem sempre sei, e me deixo pensar no que não devo. Deixo que pense em tudo e mais um pouco, e prefiro as bobagens trocadas na internet aos fundos porões de reflexões bestas que só podem terminar em lágrimas. Na minha solidão das cortinas múmia também se chora...mas também se ri! às gargalhadas nas tardes de frio em Paris! A cidade é meio maior colo, sentada aqui, nesse quarto enorme, tenho impulsos de correr à torre e deixar que a luz amarela me faça esquecer de tudo e de todos. E por vezes corro de volta ao meu quarto quentinho pra descansar os pés gastos na cidade luz. Um livro me olha de rabo de olho da mala que virou mesa de cabeceira, a clarineta montada na estante me tenta no meio da noite proibida...e o fiel companheiro do quadro tem olhos de fome, deve ser o cachorrinho mais esfomeado que já virou quadro. Fico aqui nessa cama maior do que imaginava, sentindo falta de quem a ocupe...fico boba a pensar sonhos perdidos, fico alegre repetindo pra mim que moro em Paris...essas coisas bobas que a gente faz quando consegue o que queria muito. E as cortinas continuam lá, paradas, como se esperassem algo mais. Chega ! Fiz de tudo ! Faço de tudo ! Parem de esperar tanto assim...sou menina, moça, mulher, mas humana e tudo que posso fazer farei...e como não sei mais o que pode ser feito ao menos balance, me dê uma dica...qualquer sopro de esperança.

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